sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

São João Esmoler - 23 de janeiro


Santo João Esmoler
556 - 619
Este santo dava tanta importância à esmola, que não só dela vivia como com ela provia uma grande quantidade de famílias, e até cidades inteiras. Assim foi o apostolado do bispo João, chamado de "Esmoler".
O século sete é tido, para a Humanidade, como uma época de opulência para os poderosos e de miséria para o povo, mas o bispo João nunca deixou de atender a quem quer que o tenha procurado. Os registros e a tradição mostram que a Providência Divina sempre vinha à sua ajuda e, de uma forma ou de outra, os mantimentos de que precisava acabavam chegando às suas mãos. Certamente Deus queria fazer dele um exemplo.
João pertencia a uma família cristã e nasceu no ano 556, na Ilha de Chipre, numa cidade chamada Amatunte, onde seu pai além de muito rico era o governador. João sentia-se chamado para a vida religiosa desde pequeno, alimentando esse desejo até a idade adulta. Como os pais o impediram de se tornar um sacerdote, com a humildade que lhe era peculiar, João obedeceu às suas ordens e se casou. Mas seu caminho já estava traçado por Deus. Pouco tempo depois do casamento a esposa faleceu. Embora, o sofrimento fosse muito grande com a perda, ele decidiu seguir seu chamado e se tornou um sacerdote.
Seu trabalho junto aos pobres deu tantos frutos que foi eleito bispo de Alexandria e, nesta posição de destaque, pôde fazer mais ainda pelos necessitados. Prontamente mandou cadastrar todos os pobres da cidade, onde se catalogaram mais de sete mil e quinhentos. Às quartas e sextas-feiras eram recebidos e auxiliados em tudo que estivesse ao seu alcance. Quando a população católica da Pérsia se viu perseguida por causa de sua fé, foi no Egito do bispo João Esmoler, que encontrou alimento e abrigo.
Na época em que Jerusalém foi arrasada pelos pagãos, também foi o bispo João quem para lá mandou comida e até recursos para a reconstrução das igrejas. Entretanto, consigo mesmo era o desapego em pessoa. Tinha uma única coberta, velha e maltrapilha. Quando um amigo de posses lhe deu um cobertor novinho e felpudo, jogando a velha coberta fora, João dormiu apenas uma noite com ele, em sinal de agradecimento, e no dia seguinte o colocou à venda. Sabedor do gesto do bispo, o doador comprou o cobertor e lhe deu de presente outra vez. Como seu admirador, lhe propôs um jogo: quantas vezes ele o colocasse à venda, tantas vezes o compraria para lhe dar de presente novamente. Assim, o lucro para os pobres foi grande.
Já sexagenário, em 619, decidiu viajar para Constantinopla aceitando o convite do imperador, que desejava vê-lo. Porém, ao chegar à cidade de Rhodes, recebeu uma mensagem profética, de que a sua morte estava bem próxima. João Esmoler chamou o discípulo que o acompanhava, disse-lhe que ia cancelar a visita ao imperador, "pois o Rei dos reis também o chamava" e Ele tinha prioridade. Assim, foi para sua Ilha de Chipre onde morreu serenamente no dia 23 de janeiro desse mesmo ano.
Em 1974, o cardeal de Veneza, Albino Luciani, que depois se tornaria o Papa João Paulo I, teve a honra de hospedar na Igreja Matriz de Casarano as relíquias do corpo de Santo João Esmoler e seu chapéu de bispo, este que continua guardado nessa igreja e localidade. Desse modo percebemos que o seu culto se mantém cada vez mais forte e vigoroso.
FONTE: paulinas em 2014

São João Esmoler, Bispo


Comemoração Litúrgica:  23 de janeiro.

Também nesta data - Santos: Ildefonso, Áquila e Severiano

O Santo, cuja festa a Igreja hoje celebra, nasceu em Amathunt, cidade da ilha de Chypre. Os pais eram ricos e de família mui considerada. Entrado em anos, surgiu em João o desejo de dedicar-se ao estado clerical. Como os pais não concordassem com esta idéia, para não os contrariar, casou-se com uma donzela virtuosa. A morte arrebatou-lha pouco depois e João pode realizar o plano, havia muito tempo acariciado.
Alguns anos depois, morreu o patriarca de Alexandria e a vontade do povo e do imperador elevou João à dignidade de seu sucessor. O novo patriarca preenchia perfeitamente todos os requisitos que São Paulo exige de um bispo da Igreja Católica. A escolha não podia ser melhor. João não era possuidor de uma ou outra virtude, mas era homem perfeito. Chegando a Alexandria, preparou-se para a sagração, fazendo retiro espiritual e planejando uma grande obra de caridade. Mandou que se fizesse sindicância de 7.500 pobres, existentes na cidade. As quartas e sextas-feiras eram dias que pertenciam aos pobres e necessitados, por ele chamados. “seus senhores”. Conservava  a casa então aberta para todos que o quisessem procurar.
Certa ocasião em que se dirigia à igreja, uma pobre mulher se lhe prostrou aos pés, pedindo proteção contra o genro. Os companheiros do patriarca, diante daquele espetáculo, repreenderam a mulher, dizendo-lhe que viesse em outra hora. João, porém, disse-lhes: “Como poderia esperar que Deus ouvisse as minhas orações, se não quisesse atender a esta mulher ?”
Um pobre infeliz a quem o patriarca tinha dado uma boa esmola, externou-lhe a gratidão em expressões extremamente exageradas. O prelado interrompeu-o dizendo: “Meu filho não derramei meu sangue por ti, como fez Nosso Senhor Jesus Cristo”.
Um negociante tinha perdido grande parte da sua fortuna num naufrágio e recorreu à caridade do Santo. Mais duas vezes teve o mesmo infortúnio; com a confiança com que se dirigia a João, com a mesma liberdade este o auxiliou.
A caridade do Santo Patriarca não se limitava à sua diocese de Alexandria. Grande número de famílias cristãs que o furor dos Persas tinha expulsado, encontraram carinhosa recepção no Egito. Sabendo que os infiéis se tinham apoderado de Jerusalém, mandou para lá muito mantimento e dinheiro, para socorrer os cristãos na reconstrução das Igrejas demolidas. Cristãos que tinham caído em poder dos Persas, tiveram em João seu libertador. Se sua caridade exigia grandes dispêndios, a Divina Providência incumbia-se de abrir-lhe sempre novas fontes de recurso, quando a providência humana parecia chegado ao termo.
O amor ao próximo correspondia em João a um grande rigor contra a sua própria pessoa. A mesa, a roupa, os móveis, enfim tudo que era  de seu uso pessoal, trazia o caráter da pobreza. Disto não fazia exceção o próprio cobertor da cama, que um amigo do bispo fez desaparecer, em troca de um novo. Para mostrar-se grato à generosidade, João usou-o na primeira noite. No dia seguinte, porém, já estava vendido em proveito de outros, que necessitavam de coisa mais necessária. O doador do presente, vendo-o à venda, comprou-o outra vez e indo ter com o Bispo, deu-lho dizendo: “Quero ver quem de nós dois se cansa primeiro”.
Ao lado de sua atividade no campo da caridade, o patriarca não descuidava da administração da diocese. Extremamente econômico no uso do tempo, as horas estavam divididas e tinham cada uma seu destino, fosse para a oração, o estudo ou para o trabalho. Se acontecia, alguém em sua presença falar desfavoravelmente do próximo, dava à conversa um outro rumo. A caluniadores vedava a entrada em sua casa e tanta repugnância que lhe inspirava aquele vício.
Santidade é inconcebível sem que exista o fundamento, que é a humildade. Quem o tivesse ouvido falar a seu próprio respeito, teria levado a impressão de estar diante de um homem que se tinha em conta miserável, imprestável e orgulhoso. A lembrança constante do juízo divino causava-lhe um desapego completo de tudo que era deste mundo.
Uma conseqüência deste desapego foram a mansidão e grande paciência, que o Santo revelava em todas as circunstâncias. Usando de rigorosa disciplina na formação do seu caráter, chegou a adquirir uma quase insensibilidade em face das contrariedades, que se lhe apresentavam. Dizia-se feliz, vendo-se no meio de sofrimentos que, conforme sua convicção, lhe aumentavam os merecimentos.
João possuía, em sua mansidão, o segredo de acalmar espíritos excitados. Certa vez o prefeito tomou umas deliberações mais ou menos vexatórias contra os pobres. Sem que com isso tivesse contado, o Patriarca fez-se advogado dos desventurados, o que não pouco irritou o ânimo do magistrado. Pela tardinha recebeu do Bispo o seguinte recado: “O sol está para inclinar”. O prefeito compreendeu perfeitamente a alusão destas palavras ao dito da Sagrada Escritura: “O sol não se deite sobre a vossa ira”; imediatamente foi ter com o prelado e prometeu não dar ouvidos mais àqueles, que o queriam levar a praticar uma injustiça.
Muito incomodado com uma inimizade, que sabia existir entre dois seus amigos, convidou a um deles para assistir à santa Missa, que em determinado dia ia celebrar. Antes da Missa o Bispo pediu ao cavalheiro que o acompanhasse na recitação do Padre Nosso. Tendo ambos chegado às palavras: “Perdoai-nos as nossas dívidas”, o Bispo parou, deixando ao outro recitar sozinho. Notando a perturbação do amigo, o Bispo tanto insistiu, até que este se resolveu a fazer as pazes com o desafeto.
Para seu rebanho era o Bispo um bom pastor, que tudo fazia para afastar dele o perigo da heresia. Convidado a fazer uma visita ao imperador de Constantinopla, João pôs-se a caminho, em companhia de Nicetas. Quando chegaram a Rhodes, o Patriarca teve um aviso de Deus, sobre a iminência de sua morte. Em vista disto, interrompeu a viagem e disse ao companheiro: “Não posso visitar o imperador, visto que sou chamado pelo Rei dos reis”. De Rhodes passou a Chipre, onde morreu, em 619, com sessenta e quatro anos de idade.
Reflexões:
A virtude predominante na vida deste Santo foi a caridade. Foi a força motriz de todas as obras de misericórdia, de que vemos a vida de São João Esmoler tão rica. A verdadeira caridade não se inspira na vaidade, no sentimentalismo ou na simpatia pessoal. Antes podemos dizer que os limites da caridade são lá, onde começa o amor próprio. “Tudo que desejares que os outros te façam, deves fazer-lhes”.(Lc.6, 31). Guiado por este princípio evangélico, São João administrava a caridade a todos os homens, sem distinção de pessoa. Com mansidão e amabilidade tratava a todos, justos e pecadores, conseguindo desta maneira a conversão de uns e a santificação de outros. Pais e educadores devem convencer-se de uma coisa: Não é com aspereza, rigor excessivo e zelo imoderado que se colhem bons resultados: - antes pela mansidão, pela paciência, pela caridade e tratabilidade. Tanto o coração  da criança como do adulto aspira amor: com caridade tudo se alcança. Para ganhar os corações para Cristo, é preciso que  procuremos ser tudo para todos. Quem quer ter uma idéia da verdadeira caridade, leia as seguintes palavras de São Paulo sobre esse assunto: “A caridade – diz ele – é paciente e bondosa; não é invejosa, não age com imoderação; não é presunçosa e não tem ambição; não procura seu proveito; não é irascível; a caridade não malicia; não folga com a iniqüidade e alegra-se com a  verdade.Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo sofre”. (1. Cor. 13-4-7).
O bem que fazemos ao próximo, deve ser feito por motivos sobrenaturais. Muitos dão esmolas e socorrem ao próximo por inclinação e bondade naturais. Mera filantropia, não tem valor perante Deus. Jesus Cristo ensina-nos a verdadeira caridade, querendo que no pobre, no doente, no necessitado, vejamos sua pessoa. Tudo que de bem fazemos ao próximo por amor de Jesus Cristo, é por este aceito, como se a Ele próprio o tivéssemos feito. No dia do juízo ele dirá aos eleitos: “Vinde, benditos de meu Pai, e possuí o reino, que vos foi preparado desde o princípio do mundo: porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era estrangeiro e me recebestes; estava nu e me vestistes; doente e me visitastes, no cárcere e me socorrestes”. Os justos responder-lhe-ão: “Senhor, quando foi que tivestes fome, e vos demos de comer ?...”  E o Rei dir-lhe-á: “Em verdade vos digo: todas às vezes que fizestes isso ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes”. Deus não olha para o que se dá, mas para a intenção com que  a esmola é dada. A motivos meramente humanos, quando a caridade cristã não tem em mira outra coisa senão a glória de Deus.
http://www.paginaoriente.com/santosdaigreja/jan/joaoesmoler2301.htm

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